'Tinha muita gente achando que o Pan não daria certo', diz líder da organização

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Carlos Neuhaus, presidente do Comitê Organizador dos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019, afirmou estar orgulhoso dos resultados obtidos na preparação para o grande evento, cuja cerimônia de abertura será nesta sexta-feira, mas que já contará com as suas primeiras competições nesta quarta. E o dirigente destacou, em entrevista ao Estado, que a capital peruana superou a desconfiança de quem não acreditava que a mesma poderia ser organizada com sucesso.

"Havia muito ceticismo, com muita gente achando que não iria dar certo. Estamos demonstrando primeiramente aos peruanos e depois aos países das Américas que é possível", disse. Confira a entrevista com o líder da organização deste Pan:

Falta pouco para o início do Pan. Qual a sensação?
Estamos entregando o que prometemos. O principal está feito. Claro que sempre surgem problemas de última hora, pequenos, mas se já estamos nesse nível de problema é porque conseguimos. Antes era algo existencial, sobre se fazer ou não. Mas as obras começaram, as equipes foram crescendo e faz um ano que já estamos dizendo: "Teremos o Pan". Agora faltam ajustar detalhes e não podemos parar.

Em algum momento achou que não conseguiria entregar os Jogos?
Nos primeiros seis meses tivemos um trabalho muito intenso para tirar o projeto do papel. Quando tivemos uma apresentação convocando as empresas construtoras do mundo todo, em uma sala com 800 pessoas, vimos que tinha muita gente interessada em participar. Em setembro de 2017 a primeira empresa ganhou a licitação e depois tivemos 40 ou 50 construtoras. Aí vimos que era possível.

Do ponto de vista financeiro, como está o Pan?
Muito bem. Nós tínhamos uma projeção de gastar US$ 1,2 bilhão, mas vai ser mais ou menos em US$ 1 bilhão, quase US$ 200 milhões a menos que o estimado. Acho que é um dos primeiros Jogos que é feito abaixo do (orçamento) esperado.

O que Lima vai ganhar em ser sede do Pan?
É um tema de orgulho. Havia muito ceticismo, com muita gente achando que não iria dar certo. Estamos demonstrando primeiramente aos peruanos e depois aos países das Américas que é possível. Acredito que o habitante de Lima em geral deve estar satisfeito. Inovamos na construção de projetos, de maneira eficiente e muito transparente. As licitações internacionais foram abertas ao mundo, com um ótimo sistema de contratações.

Existe alguma preocupação com a venda de ingressos para as disputas que já vão começar?
Está avançando. Calculo que a cerimônia de abertura já esteja toda vendida. Existem alguns esportes que sobram ingressos. O futebol, por exemplo, são disputados em lugares grandes e é parecido com o que ocorreu agora na Copa América no Brasil. Esperamos uma resposta do público. Também tem esportes pouco conhecidos aqui, como o beisebol, softbol, hóquei sobre grama, patinação de velocidade, mas temos modalidades como hipismo e surfe que já se vendeu quase a totalidade dos ingressos disponíveis. Então estamos bem em alguns esportes e em outros estamos fazendo um esforço para que o torcedor conheça.

É possível fazer algo para que esses ingressos sejam vendidos?
Acredito que sim. Imagino que depois da cerimônia de abertura, muita gente vai ficar entusiasmada. Em edições anteriores isso ocorreu. Temos preços acessíveis.

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