Temor de recessão nos EUA volta ao foco e bolsas de NY têm queda expressiva

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Os mercados acionários americanos voltaram a tremer nesta segunda-feira, 17, em meio a novos receios quanto à possibilidade de recessão econômica nos Estados Unidos à medida que se aproxima a última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) do ano. Papéis de bancos, que esboçaram reação no início do pregão, apagaram os ganhos registrados e apresentaram queda expressiva, assim como ações de empresas de tecnologia, que deram prosseguimento ao deslize visto há algumas semanas. Nesse cenário, o presidente americano, Donald Trump, voltou a questionar o Fed publicamente e pediu para que o banco central não eleve os juros na próxima quarta-feira.

O cenário que se desenha, contudo, parece ser o de uma nova elevação nas taxas pela autoridade monetária dos EUA, embora a precificação da quarta alta nos juros este ano esteja diminuindo aos poucos. De acordo com os contratos futuros dos Fed funds, compilados pelo CME Group, a chance de os juros serem elevados para a faixa entre 2,25% e 2,50% na próxima quarta-feira está em 69,7%. Na sexta-feira, essa possibilidade estava em 75,8%, principalmente após a divulgação de novos indicadores que apontam para a robustez da economia americana.

Nesta segunda-feira, contudo, indicadores mostraram sinais contrários em relação aos EUA. De acordo com a distrital de Nova York do Fed, o índice de atividade Empire State caiu de 23,3 em novembro para 10,9 em dezembro, em um recuo muito mais acentuado do que o esperado pelo mercado. Já o índice de confiança das construtoras, medido pela NAHB, também mostrou queda maior do que a antecipada pelos agentes. Não por acaso, o JPMorgan aponta para 37,8% de risco de recessão no país dentro de 12 meses - o maior nível no atual ciclo econômico, de acordo com o banco.

Com o cenário de aversão a risco distribuído, os principais indicadores acionários nova-iorquinos não resistiram e apresentaram forte queda. O índice Dow Jones encerrou a sessão desta segunda-feira em baixa de 2,11%, cotado a 23.592,78 pontos e todos os seus 30 componentes apresentaram perdas, as quais foram lideradas pela American Express (-4,28%). Ainda em Wall Street, o índice S&P 500 cedeu 2,08%, para 2.545,94 pontos, terminando no menor nível desde outubro de 2017, em um movimento de queda que foi liderado pela Amazon (-4,46%).

Já o índice Nasdaq voltou a ser o principal afetado. Carregado por ações de empresas de tecnologia, o indicador caiu 2,27%, para 6.753,73 pontos, pressionado pelos papéis do Twitter (-6,80%), do Facebook (-2,69%) e da Microsoft (-2,96%).

"Por enquanto, o sentimento do mercado continua fraco e os ativos de risco permanecem sob pressão. Enquanto muitos acreditam que o sell-off do mercado é exagerado, poucos parecem dispostos a voltar às compras em meio à maior volatilidade do mercado e à aproximação dos feriados. Assim, para que as bolsas se recuperem, é provável que tenhamos de ver um progresso ou no crescimento global ou nas questões comerciais ou ver sinais dados pelo Fed quanto à normalização de sua política", disse o chefe de investimentos globais do UBS, Mark Haefele.

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