Bolsas de NY recuam com ata do Fed e pedido de Trump por corte no orçamento

Notícia
Espaço entre linhas+- ATamanho da letra+- Imprimir




As bolsas de Nova York fecharam em queda no pregão desta quarta-feira, 27, em meio a sinalizações de que estímulos serão retirados da economia americana, tanto via política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) quanto pelo menor incentivo fiscal do governo.

O índice Dow Jones registrou queda de 0,36%, aos 25.706,68 pontos, enquanto o S&P 500 recuou 0,03%, para 2.809,21 pontos. O Nasdaq cedeu 0,04%, aos 7.642,70 pontos.

Após mostrarem volatilidade durante o dia, os principais índices nova-iorquinos foram pressionados diante dos comentários do presidente americano, Donald Trump, de que vai pedir para que todos os membros do gabinete cortem 5% do orçamento de cada secretaria no planejamento para o próximo ano fiscal - medida que representaria menor estímulo à economia. Com isso, o setor industrial, cujo subíndice do S&P 500 recuou 0,67%, aos 628,93 pontos, figurou entre as maiores perdas, com as ações da Boeing em queda de 0,75%, as da Caterpillar em baixa de 1,65% e as da LMT com recuo de 1,11%. O setor de insumos, cujo subíndice caiu 0,83%, também foi penalizado.

A queda foi acentuada com a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Fed, que ocorreu nos dias 25 e 26 de setembro, e reforçou a posição hawkish da instituição e de seus dirigentes. O documento, na opinião do diretor do banco canadense BMO Capital Markets, Ian Lyngen, "mostrou pouco além do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) ainda comprometido com o aumento das taxas de juros".

Já o diretor do MUFG Union Bank, Christopher Rupkey, acredita que o Fed deve mover os juros para o topo da faixa que considera neutra, de 3,0%, diante das sinalizações feitas pela ata divulgada hoje. Ele também pontua que, com mais aumentos nos juros à vista, Trump deve ampliar suas críticas contra a política da instituição.

A perspectiva de continuidade e até ampliação do aperto monetário no país, sinalizado à medida que alguns dirigentes veem a necessidade de elevar as taxas acima daquilo que se consideraria como nível neutro, deu impulso ao setor financeiro, cujo setor no S&P 500 liderou os ganhos, com alta de 0,91%, aos 447,95 pontos. Entre os bancos, o Goldman Sachs subiu 2,97%, o Morgan Stanley ganhou 2,72% e o Bank of America teve alta de 1,30%.

Em seguida, o destaque entre as altas foi do subíndice de comunicação do S&P 500, que avançou 0,51%, aos 155,81 pontos, impulsionado pelo ganho das ações da Netflix, que subiram 5,28% diante de resultados positivos apresentados no balanço divulgado ontem, após o fechamento. Tanto o lucro quanto a receita do terceiro trimestre surpreenderam as expectativas, além do número de novos assinantes ter avançado mais do que o esperado, o que levou o papel da giant tech a furar a média móvel dos últimos 200 dias.

Já entre os destaques da queda está o subíndice de tecnologia do S&P 500, que cedeu 0,47%, aos 1.253,79 pontos, pressionado pelo recuo das ações da International Business Machine (IBM) (-7,63%), que fecharam no menor nível desde fevereiro de 2016, depois do balanço com sinais mistos divulgado ontem pela companhia. A decepção com os resultados se deu, principalmente, pela receita dos serviços de soluções cognitivas, que caiu 6% em relação ao mesmo período do ano passado, à medida que a de concorrentes, como Amazon (+0,65%) e Microsoft (-0,26%), ganharam força nesse segmento.

Notícia