Bolsas da Europa fecham sem direção única, com cómercio global e Itália no radar

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As bolsas da Europa fecharam sem direção única nesta terça-feira, 5, à medida que investidores monitoraram desdobramentos no âmbito do comércio global, em que repercutiram sinalizações vindas dos Estados Unidos sobre acordos com os vizinhos México e Canadá e com a China bem como o discurso visto como pouco austero do novo premiê da Itália, Giuseppe Conte, no Senado do país.

O índice pan-europeu Stoxx 600 teve baixa de 0,31%, para os 386,89 pontos.

A agenda de indicadores trouxe diversas leituras do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês). Na zona do euro, o PMI composto caiu de 55,1 em abril para 54,1 em maio, atingindo o menor nível desde novembro de 2016, segundo a IHS Markit.

Na Alemanha, a entidade apontou que o PMI composto recuou de 54,6 para 53,4 no mesmo intervalo, atingindo o menor nível desde setembro de 2016. Apenas o PMI de serviços da maior economia da zona do euro recuou de 53 em abril para 51,1 em maio, também o menor patamar em 20 meses.

Já o PMI de serviços do Reino Unido subiu de 52,8 para 54 no período, atingindo o maior nível desde fevereiro, segundo pesquisa divulgada nesta terça pela IHS Markit em parceria com a CIPS.

A Eurostat, agência oficial de estatísticas da União Europeia, revelou ainda que as vendas no varejo da zona do euro tiveram alta de 0,1% de março para abril, frustrando analistas ouvidos pelo Wall Street Journal, que previam avanço de 0,6%.

Na Bolsa de Londres, o FTSE 100 escorregou 0,70%, para os 7.686,80 pontos, pressionada principalmente pela venda pelo governo britânico de uma fatia de 7,7% de suas ações no Royal Bank of Scotland (-5,30%). O movimento penalizou ações do setor bancário, como Lloyds (-1,73%), Barclays (-3,30%) e HSBC (-1,04%).

Em Frankfurt, o DAX 30 subiu 0,13%, para os 12.787,13 pontos, salvo da trajetória negativa dos principais pares por papéis ligados a tecnologia - o subíndice desse setor ascendeu 0,59%. A fabricante de semicondutores Infineon escalou 2,70% e a criadora de softwares SAP ganhou 1,24%.

Além disso, segue atraindo atenção de investidores a iminência da conclusão da compra da Monsanto (+0,05%, às 13h50, em Wall Street) pela Bayer (-1,58%), que descartará o nome da americana como resultado da fusão de US$ 60 bilhões.

Na Bolsa de Milão, o FTSE MIB puxou a fila das baixas, com fechamento de -1,18%, aos 21.750,15 pontos, na mínima do dia. Ao se pronunciar no Senado italiano, o novo premiê, Giuseppe Conte, afirmou que sua administração pretende reduzir a enorme dívida do país, estimulando o crescimento econômico por meio de gastos sociais e cortes de impostos, enquanto reprime a imigração.

A retórica na contramão da austeridade fez voltarem os calafrios a investidores com posições em ativos no país, por resumir em uma frase muitos dos temores com a ascensão de partidos populistas ao poder.

Os bancos listados em Milão, com ampla exposição aos BTPs, como são conhecidos os bônus soberanos italianos, sofreram: as ações do Intesa Sanpaolo despencaram 3,83%, as do BPM cederam 2,44% e as do UniCredit perderam 3,56%.

O CAC 40, da Bolsa de Paris, teve baixa de 0,22%, aos 5.460,95 pontos, também na mínima do dia. A ação mais negociada do dia foi a da aérea Air France-KLM (-4,97%), mas, assim como nos mercados britânico e italiano, o setor bancário acumulou baixas. Os papéis do Credit Agricole descenderam 2,06% e os do Société Generale caíram 1,36%.

Em Madri, o Ibex 35 recuou 0,66%, para os 9.686,40 pontos, e, na Bolsa de Lisboa, o PSI 20 subiu 0,01%, para os 5.584,67 pontos. (Com informações da Dow Jones Newswires)

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