'Vamos rodar o modelo', diz Mansueto sobre possível mudança na estimativa de PIB

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O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, disse que o governo vai "rodar o modelo" para verificar se é possível elevar a previsão oficial de crescimento deste ano, que está em 0,5%. Na sexta-feira, o governo divulgará o Relatório Bimestral de Receitas e Despesas e uma melhoria na previsão de crescimento da economia ajudaria a fechar as contas, já que aumentaria a projeção de arrecadação.

Mansueto ressaltou que vários bancos já estão prevendo alta de 0,7% até 1% no PIB e que os últimos indicadores econômicos têm sido bastante positivos. "Claramente, os indicadores do setor privado para este ano e o próximo mostram que o potencial de crescimento aumentou", afirmou a jornalistas, após participar de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

Depois do aumento registrado na arrecadação de tributos em agosto, que teve alta real de 10,78%, Almeida disse que é necessário verificar se esse movimento representa uma tendência ou um ponto fora da curva. "Em junho foi muito bom, mas em julho foi ruim. É um cenário muito difícil de fazer previsão", acrescentou.

Ele lembrou que em 2018, com as despesas limitadas pelo teto dos gastos, qualquer "surpresa positiva" no lado da receita será voltada para reduzir o déficit primário.

Para o secretário, a segunda denúncia do Ministério Público Federal não afetará as previsões de crescimento do mercado, porque isso já está incorporado. "O mercado acredita que a agenda de reformas vai continuar. Os investidores estrangeiros acreditam que o governo vai conseguir avançar na reforma da Previdência, se não este ano, até 2019", afirmou.

Descontingenciamento

O governo espera o relatório do dia 22 também para tentar descontingenciar recursos orçamentários e evitar uma paralisação da máquina pública. De acordo com Mansueto, o ideal é liberar entre R$ 5 bilhões e R$ 10 bilhões. "O número exato vai depender dessa questão do modelo de crescimento e reavaliação de receita", acrescentou.

Ele lembrou que o governo teve hoje uma "boa notícia" com a manutenção na Justiça do leilão de usinas da Cemig, que deverá arrecadar pelo menos R$ 11 bilhões aos cofres da União. Por outro lado, a decisão do Supremo Tribunal Federal de manter a correção de precatórios pelo IPCA, e não pela TR, representará uma perda para o governo. Para Mansueto, no entanto, a revisão de meta já guardou margem para acomodar alguma frustração de receita.

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