IPOs voltam em 2023 sem 'euforia'

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Antes da chegada do recesso de fim de ano, muitos banqueiros se reuniram com fundos estrangeiros para medir o interesse de investimento no Brasil, após mais de um ano de deserto de estreias na Bolsa brasileira, a B3. Depois de uma série de encontros, a mensagem foi de que há interesse em direcionar dinheiro ao Brasil. É uma sinalização de que pode estar perto do fim a seca de ofertas iniciais de ações - é o primeiro ano, desde 1998, em que a Bolsa não tem nenhum IPO (na sigla em inglês). Ainda assim, a volta é sem uma onda de euforia como a vista nos anos de 2020 e 2021.

Apesar de um olhar de cautela sobre os rumos da economia brasileira e com ressalvas à sustentabilidade fiscal do País, as previsões são de cerca de 15 IPOs em 2023. O giro da Bolsa pode chegar a R$ 80 bilhões - conta que inclui tanto as ofertas de empresas já listadas como as de companhias que chegarão ao mercado brasileiro.

Segundo banqueiros de investimento, o Brasil pode se beneficiar de uma agenda ambiental mais robusta, mas precisará também provar que terá responsabilidade fiscal, especialmente nos cem primeiros dias do governo Lula.

Em 2022, apesar do mercado travado para IPOs, as ofertas de ações de empresas foram robustas. Foram 18 transações - a maior foi a da Eletrobras, em uma operação de R$ 30 bilhões que marcou a privatização da companhia de energia. Outras ofertas relevantes foram da Eneva e do atacarejo Assai.

DESTAQUES

De olho na questão ambiental e nas energias renováveis, companhias como a BRK Ambiental e de saneamento, como Aegea e Iguá, são vistas como boas candidatas a tocar o sino na B3. No entanto, até o momento, a única candidata oficial a reabrir o mercado de IPOs no Brasil é a CTG, geradora de energia no mercado brasileiro da gigante chinesa China Three Gorges. Ela já fez o protocolo de sua oferta junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pode acessar o mercado logo no início do ano.

No geral, a percepção é de que os estrangeiros ajudarão a dar o empurrão para tirar as ofertas da gaveta. "Há muito investidor que não olhava o Brasil há muito tempo e que voltou a olhar", afirma o sócio do BTG Pactual responsável pela área de renda variável, Fábio Nazari. Ele esteve recentemente em Nova York em rodada de reuniões com investidores.

O executivo aponta que o Brasil vem despertando o interesse dos estrangeiros, principalmente pela difícil situação das economias maduras e a de outros emergentes, como a própria China, que vem enfrentando considerável desaceleração econômica.


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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