Empresas investem em escola própria

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A escassez de mão de obra em algumas áreas, como a de tecnologia, tem levado grandes empresas a apostar em uma nova estratégia para formar seus profissionais de acordo com suas necessidades. Seguindo uma tendência bem-sucedida nos Estados Unidos, na Alemanha e na Áustria, elas investem em iniciativas próprias de educação, como faculdades ou escolas técnicas, certificadas pelo Ministério da Educação.

Na lista de companhias que aderiram a esse conceito estão o Hospital Israelita Albert Einstein, BTG, Weg e XP, que lançou na semana passada a Faculdade XP.

O objetivo é criar programas de formação que integrem o aprendizado ao trabalho, na tentativa de ampliar a qualificação profissional e atrair talentos. Esse movimento é crescente e tem nome, employer U ou employer university (na tradução livre, universidade conectada ao empregador). Sua origem converge, porém, com o conceito de educação corporativa à medida que o ensino entra para o leque de benefícios das empresas e figura entre os compromissos ESG (na sigla em inglês, princípios ambientais, sociais e de governança).

Enquanto os empregadores capacitam pessoas já integradas à sua cultura organizacional, os alunos colocam em prática o que aprendem em sala de aula e têm acesso mais cedo ao mercado de trabalho.

Foi o que ocorreu com Kaymon de Paula Rodrigues Silva, de 19 anos, que conquistou seu primeiro emprego em maio, após integrar a turma inicial do ensino médio integrado à Escola Técnica de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein.

Quando completou o terceiro ano do curso, em 2021, o jovem iniciou estágio em unidades administradas pelo Einstein. Hoje, formado e registrado no Conselho Regional de Enfermagem (Coren), é funcionário do centro cirúrgico no bairro do Morumbi.

Entre os formandos do Curso Técnico de Enfermagem do Ensino Einstein em 2020, 84% foram empregados até o final do ano passado, sendo 80% deles contratados internamente nos locais onde a organização faz a gestão. Ao todo, o sistema administra 27 unidades públicas e 13 no setor privado, onde os alunos dos cursos de formação profissional têm estágios garantidos pela escola.

"Num ensino integrado ao empregador, as necessidades das empresas e competências, como habilidades comportamentais (soft skills), são valorizadas. O profissional se forma dentro da cultura da instituição, o que aumenta a empregabilidade", diz Blaidi SantAnna, gerente do ensino médio e técnico do Ensino Einstein.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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