Bolsas da Europa fecham sem sinal único com recuperação setorial e covid no radar

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As bolsas da Europa fecharam sem direção única, após queda acentuada na abertura da semana. Nesta terça-feira, 22, a sessão indicou recuperações, em especial em setores com maiores baixas ontem, como energia, mas ao longo do pregão a retomada perdeu força, ainda com casos de coronavírus no radar. O Stoxx 600 caiu 3,2% ontem, pior resultado desde o meio de junho. Hoje, a alta foi de 0,20%, a 357,55 pontos.

A Capital Economics indicou que a queda no mercado acionário recente foi "exacerbada por fatores técnicos, incluindo acontecimentos nos mercados de opções, a fraqueza parecia ter pouco a ver com as preocupações sobre as perspectivas econômicas". Além disso, a consultoria indica que houve uma certa correção de setores que tiveram maior alta, como tecnologia nos EUA.

Sobre as quedas, a consultoria considera que "na medida em que foram motivadas por preocupações com o aumento do número de casos e novas restrições, parece razoável para nós esperar que eles diminuam quando esses números começarem a cair novamente". A Capital Economics espera uma retomada ainda maior, em caso de perspectivas positivas para uma vacina.

Na zona do euro, o índice de confiança do consumidor subiu de -14,7 em agosto para -13,9 na preliminar de setembro, segundo dados publicados hoje pela Comissão Europeia, enquanto a previsão era de -14,4, de acordo com analistas consultados pelo The Wall Street Journal.

O dia foi de recuperação no mercado de petróleo, com altas em Londres e Nova York após quedas próximas a 4% ontem. Em Londres, destacaram-se as ações de BP (+2,52%), Royal Dutch Shell (+1,05%). Em Madri, Repsol subia 1,57%. E em Paris, Total avançou 0,71%, alta que chegou a passar dos 2%.

No Reino Unido, o comitê conjunto do país e da União Europeia terá uma reunião na próxima segunda-feira (28), segundo o vice-presidente da Comissão Europeia para Relações Interinstitucionais, Maros Sefcovic. "Estamos dedicados à plena implementação do Acordo de Retirada", afirmou Sefcovic, referindo-se ao pacto que governa as condições do Brexit.

Além disso, a libra caiu ao menor nível frente ao dólar desde julho, seguindo discurso do presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey, dizendo que a instituição avalia para eventuais novos cortes de juros. Em Londres, o FTSE 100 subiu 0,43%, a 5.829,46 pontos.

A bolsa com maior alta foi a de Milão, onde o FTSE MIB chegou a avançar 1,21%, e acabou desacelerando para fechar com ganho de 0,54%, a 18.895,59 pontos. O resultado seguiu as eleições na Itália, que tiveram disputas regionais e o referendo descritas como uma "redução de riscos" pelo Julius Baer, em uma visão compartilhada por muitos analistas.

A não ascensão do partido opositor Liga, e a manutenção da centro-esquerda governista em algumas regiões, diminuem a possibilidade de eleições antecipadas, apontou o banco suíço. Por outro lado, a aprovação do referendo, proposto pelo M5S (Movimento Cinco Estrelas), foi vista como uma força ao outro parceiro de coalizão, na descrita como "frágil" aliança que governa o país.

As ações da Volkswagen subiram 0,91%, em dia em que foram divulgadas informações de que estaria negociando bônus verdes com a União Europeia. Na Alemanha, o Instituto Ifo projetou uma menor contração do PIB no ano, anteriormente em 6,7% e agora em 5,2%. Em Frankfurt, o índice DAX fechou em alta de 0,41%, a 12.594,39 pontos.

Outra envolvida com os débitos verdes foi a francesa Orange, com ações em alta de 1,16% no dia. A França segue com um dos principais destaques no aumento de casos de coronavírus na Europa ocidental. Em Paris, o índice CAC 40 fechou em baixa de 0,40%, a 4.772,84 pontos, na mínima, após ter chegado a avançar 0,48%, às 7h46 (de Brasília).

Na vizinha Espanha, outro país em que a nova onda de vírus preocupa, em Madri, o índice IBEX-35 fechou em baixa de 0,65%, a 6.648,60 pontos. Em Lisboa, a bolsa também fechou em queda, com o PSI 20 recuando 0,87%, a 4.121,94 pontos, na mínima do dia, com um cenário de incerteza no setor financeiro, e o BCP Millenium com queda de 1,95% nas ações. (COM INFORMAÇÕES DOW JONES NEWSWIRES)

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